terça-feira, 25 de setembro de 2007

Cortejo homenageia Pai João de Abuque e Mestre Bimba







Representantes da Capoeira e do Candomblé fizeram um cortejo in memoriam de Mestre Bimba e Pai João de Abuque, dois importantes ancestrais da cultura negra.

Pai João de Abuque foi o babalorixá mais antigo de Goiás. Chegou aqui quando ainda pouco se conhecia de Candomblé e apesar das dificuldades e até mesmo oposição da polícia, conseguiu abrir sua casa, na qual foram feitos muitos dos filhos que hoje também são babalorixás. Assim, o candomblé goiano deve muito a esse homem de jeito simples, sempre sorridente e alegre, detentor de grande sabedoria.

No dia 19 de setembro de 2006, Pai João de Abuque faleceu. Tornou-se o primeiro ancestral do candomblé goiano.

Lançamento do filme sobre Mestre Bimba no IV Encontro Afro-Goiano




Uma das atrações do IV Encontro Afro-Goiano foi o lançamento do filme "Mestre Bimba - A capoeira iluminada", do diretor Luiz Fernando Goulart.

O documentário retrata a vida, a história e o importante legado desse ícone da cultura negra. Depoimentos de alunos mostram Mestre Bimba não apenas como professor de capoeira, mas como um grande educador, um exemplo de luta.

Não perca!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Oficina ensina cantos e danças do Candomblé



Uma das novidades da quarta edição do Encontro Afro-Goiano, evento que será realizado de 21 a 23 de setembro, na Cidade de Goiás, é a oficina de Xirê, Ritmos, Cantos e Danças das Nações do Candomblé.

A oficina mostrará a importância da música no Candomblé, religião de matriz africana, criada no Brasil e que agrega influências dos vários povos africanos trazidos para cá como escravos.

A música tem um papel fundamental no Candomblé, ela está presente em todos os momentos, seja em uma festa pública, ou nos seus rituais de fundamento, os chamados orôs. A música representa a comunicação com o sagrado. Logo, o som é entendido como uma força, um movimento. Segundo Mestre Goiano, professor de capoeira e Ogã Alabê (pessoa que canta e toca atabaque no candomblé) tenta-se com o som do atabaque recriar a batida do coração de Olorum, o Deus supremo.

Nos dias de festa no Candomblé, ao som dos atabaques os filhos-de-santo, liderados pelo babalorixá ou pai-de-santo, entoam cantigas para cada orixá, é o chamado xirê. As músicas contam as histórias, o mito de cada divindade que o revive através dos movimentos da dança, e essa representação do mito transmite o axé, a força vital.

Assim, o participante da oficina de Xirê, Ritmos, Cantos e Danças das Nações do Candomblé terá a oportunidade de aprender as danças e ritmos da religião dos orixás, e principalmente vivenciar a significativa contribuição do negro na cultura brasileira. Pois o ritmo percussivo do atabaque ou a batida forte do tambor é o mesmo ritmo que embala os movimentos da capoeira, agita os carnavais, e está presente na Congada. Mas é também a base do samba, do choro e de outros tantos estilos musicais, que se completam através da dança com suas expressões corporais específicas, o tão peculiar gingado negro, no qual o movimento é vida, é comunicação.


IV Encontro Afro-Goiano
21 a 23 de setembro – Cidade de Goiás
Oficina: Xirê, Ritmos, Cantos e Danças das Nações do Candomblé.
Sexta-feira (21/09)
Horário: 14 às 18 hs
Local: Palácio Conde dos Arcos (Pátio)
Informações e inscrições: www.sebraego.com.br

Fotos: Sílvio Simões e Igor Valverde

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O cabelo como expressão da cultura negra





Os penteados, os dreads e as tranças tomaram conta do nosso cotidiano. A estética negra deixou os guetos e se universalizou com uma forma de valorização da negritude. Porém, o cabelo é ainda mais do que beleza, modismo ou auto-afirmação, basta lembrar sua importância para o africano.

Segundo a antropóloga Nilma Lino Gomes, nas sociedades africanas, o estilo do cabelo indica o estado civil, a origem geográfica, a idade, a religião, a identidade étnica e a posição social das pessoas. O significado social do cabelo é uma riqueza para o africano.

Por isso, o cuidado com o cabelo não está relacionado apenas a vaidade, ele revela o estado de espírito, as qualidades físicas e até morais da pessoa.

Para os africanos escravizados e trazidos para o Brasil, o cabelo era uma forma de resistência e busca da liberdade. Em um contexto de violência e exploração em que o negro era considerado coisa, mercadoria, a manipulação do corpo com as tranças, os cultos ou a capoeira era uma forma de manter sua humanidade, de preservar sua cultura. E eles conseguiram, pois os penteados afro que vemos atualmente são a expressão viva dessa tradição.

Para o afrodescendente, manipular o cabelo significa recriar sua identidade negra, se posicionar como negro, destacando aspectos importantes de sua história e cultura, que nos remetem a ancestralidade africana.

Uma oportunidade para conhecer e aprender as técnicas em penteados afro são as oficinas do IV Encontro Afro-Goiano, que será realizado de 21 a 23 de setembro, na Cidade de Goiás. O evento é uma iniciativa do Sebrae em Goiás, em parceria com entidades ligadas ao Movimento Negro e tem como objetivo a inclusão social por meio do empreendedorismo étnico-cultural.

Oficina: Técnicas em Penteados Afro
Sexta (21/09): das 9 às 13h
Sábado (22/09): das 14 às 18h
Local: Bodega Fantástica
Mais informações:www.sebraego.com.br

Fotos: Sílvio Simões